EXPOSIÇÃO O CARNAVAL NA ILHA TERCEIRA – Um Festival de Teatro Popular

18/02/2010 18:49

Esta exposição é o resultado de uma maratona de fotográfica chamada “Gestos e Gente no Carnaval Terceirense” que aconteceu no carnaval dos Açores e foi organizado pela Presidência do Governo Regional dos Açores através da Direcção Regional das Comunidades. A proposta era fotografar o carnaval da Ilha Terceira nos Açores, que é uma coisa atípica. Convidaram para participar deste projeto fotógrafos do Brasil, Canadá e EUA onde encontramos emigração açoriana muito forte. Do Brasil foram fotógrafos do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e o terceiro foi Joi Cletison Diretor do Núcleo de Estudos Açorianos da UFSC representando Santa Catarina.

A proposta foi fotografar durante os quatro dias de carnaval os “Bailinhos” que acontecem somente na Ilha Terceira nos Açores. Na Ilha Terceira temos duas cidades Angra do Heroísmo (patrimônio da UNESCO) e Praia da Victoria.
O que são os bailinhos? Cada freguesia (bairro) organiza o seu próprio grupo que compõe uma música (letra e arranjos), montam uma coreografia, criam um figurino próprio e depois ensaiam. Nas noites de carnaval se apresentam em sua localidade e depois percorrem as diversas comunidades da Ilha fazendo apresentações.

O fotógrafo Joi Cletison viveu intensamente esta experiência nos quatro dias de carnaval de 2006, fotografando tarde, noite e nas madrugadas de sábado a terça feira de carnaval, tem mais de 900 imagens deste grande festival. Para Joi é impressionante em todos os aspectos “funciona perfeitamente sem que ninguém seja responsável pela organização sai um Grupo e entra outro, o público é fiel permanece ali o tempo todo mantendo os teatros lotados. Cada grupo cuida do tema, letra, música, figurino, transporte e recursos financeiros para montagem. A comunidade oferece apenas o espaço para apresentação e um lanche depois da apresentação. Cada grupo chega a fazer 8 apresentações durante a noite em locais diferentes. Usam como tema os acontecimentos corriqueiros do dia a dia como a política e outros ” A apresentação da exposição é do escritor Álamo de Oliveira. Que já compôs diversas marchas para este carnaval e também foi responsável por várias montagens teatrais e diversos bailinhos de carnaval. Abaixo o texto de apresentação da Exposição.

Local: A mostra acontecerá no Espaço do Hall da Reitoria, na Universidade Federal de Santa Catarina de 09  a 26 de fevereiro de 2010, poderá ser visitada de segunda a sabado das 8 às 20  horas.

Mais informaçoes: pelos fones 48 37318605, 48 99828938 ou via Email  joi@nea.ufsc.br

Promoção da exposição:
Universidade Federal de santa Catarina – SECART
Governo Regional dos Açores – DRC
Realização: Núcleo de Estudos Açorianos da UFSC

Fotografias: para divulgação poderão ser retiradas no endereço
www.nea.ufsc.br/carnaval.zip

Texto de apresentação da exposição:
“Uma das celebrações festivas do Carnaval mais originais ocorre, com certeza, na ilha Terceira dos Açores. Durante dois/três meses, alguns milhares de pessoas (atores, poetas populares/autores, compositores e músicos, vocalistas, ensaiadores, figurinistas, costureiras) preparam, com talento e afeto, aquele que é o maior Festival de Teatro Popular, se não do Mundo, pelo menos da Europa.
Durante os dias de carnaval, meias centenas de grupos percorrem as oito dezenas de palcos que envolvem a ilha, representando estórias que tocam o imaginário histórico e social ilhéu, nas mais diversas variantes temáticas, tratando-as, literária e teatralmente, de acordo com a sensibilidade de cada tema. Assim, a hagiografia, os feitos históricos e os dramas passionais entram na categoria das «danças» de dia, da noite e de espada, enquanto que os casos que se expõem ao ridículo público são satirizados através do uso de linguagem cômica e bem humorada, a que dão o nome de «bailinhos». «Danças» e «Bailinhos» utilizam o mesmo figurino estrutural (marcha, saudação, apresentação em quadros e desenvolvimento do enredo, despedida e repetição da marcha) e são escritas em poesia rimada bem à maneira do teatro vicentino.
A presente exposição dirá muito da vivência do artista da imagem, que é Joi Cletison, no Carnaval da Terceira, em 2006. Ele testemunha todo o talento, criatividade e, porque não? A genialidade de milhares de artistas, anônimos no dia-a-dia, mas admiráveis nos quatro dias em que desenvolvem este Festival, que é realizado numa ilha com 55 mil habitantes e que é visto por mais de 40 mil espectadores”.

Raminho – Açores, 5 de Janeiro de 2007
Álamo Oliveira – Escritor

Joi Cletison Alves, natural do estado de Santa Catarina/Brasil, é historiador e especialista em história de Santa Catarina. Atualmente exerce a função de Diretor do Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC. Atuou na direção do Departamento Artístico Cultural da UFSC onde implantou a Galeria de Arte desta Universidade, também dirigiu várias Instituições culturais no Estado de Santa Catarina. Atua como fotógrafo há mais de 30 anos com dezenas de exposições realizadas no Brasil e outros países.