Núcleo de Estudos Açorianos | NEA
  • 29º AÇOR – Araquari SC

    Publicado em 17/11/2023 às 10:49

    Festa da Cultura Açoriana de Santa Catarina – 29° AÇOR – Araquari/SC

     

     

     Boi de mamão, pirão com linguiça, artesanatos, música e muita diversão estão confirmados na 29ª AÇOR – Festa Açoriana de Santa Catarina que acontece em Araquari/SC, na Rua Nereu Ramos, 402, de 17 a 19 de Novembro. Sua presença é muito bem vinda neste espaço de preservação da Cultura Açoriana! A realização é do Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com o da Prefeitura de Araquari. A entrada é gratuita.

     

    Segue abaixo a programação completa:

     

    17/11 – sexta

     

    Início das apresentações 18h30 no Salão Paroquial

    18h30- 23h30  – Pavilhão da Gastronomia – Salão Paroquial

    18h30 – 23h30  – Estandes Culturais dos municípios do litoral catarinense e dos artesãos de Araquari – Salão Paroquial 

    19h – Abertura Oficial – Palco Peninha

    19h30 – Espetáculo A nossa história – Professoras de Araquari e Grupo Mocinhas da Cidade | Araquari – SC – Palco Peninha 

    19h30 – 22h30 – Exposição dos projetos do 3º Prêmio de Práticas Pedagógicas do Município de Araquari – Secretaria Municipal de Educação 

    20h40 – Rosas dos Açores – Dança de Roda | Santa Rosa do Sul – SC – Palco Peninha 

    21h – Grupo Boi de Mamão | E.M.E.B. Ana Régis Arantes | Santa Rosa do Sul – SC -Palco Peninha 

    21h20  – Grupo Folclórico Pe. Tomaz de Borba – Dança folclórica | CARJ | Rio de Janeiro – RJ – Palco Peninha 

    21h40 – Grupo Açor Sul Catarinense – Dança folclórica | Sombrio – SC – Palco Peninha

    23h – Show musical com Banda Altenbum – Palco Peninha 

     

    Encerramento das apresentações às 23h no Palco Peninha

    18/11 – Sábado

    Início das apresentações às 09h no Parque Municipal Refúgio dos Pássaros

    09h -Desfile Etnográfico – Parque Municipal Refúgio dos Pássaros

    11h30 – 23:30h- Pavilhão da Gastronomia- Salão Paroquial

    12h  – 23:30h – Estandes Culturais – Salão Paroquial

    12h40 – Banda Rosas dos Açores – Música | Santa Rosa do Sul – SC – Palco Peninha

    13h – Terno de Reis Estrela Guia | CEI Marise Travasso | Araquari – SC – Palco Peninha

    13h – 23h – Exposição dos projetos do 3º Prêmio de Práticas Pedagógicas do Município de Araquari – Secretaria Municipal de Educação

    13h10 – Grupo Boi de Mamão | E.M.E.B. Ana Régis Arantes | Santa Rosa do Sul – SC  – Palco Peninha

    13h40 – As Mocinhas da Cidade – Dança Folclórica | Araquari – SC  – Palco Peninha

    14h  – Ratoeira | CEI Vovó Justina | Araquari –   SC – Palco João Evilásio

    14h10 – Grupo Alegria – Dança Folclórica | Bombinhas – SC – Palco Peninha

    14h15 – Brincando com o Boi de Mamão na Educação Infantil | CEI Pequeno Anjo – Palco João Evilásio

    14h30 – Apresentação Menina da Saia Rodada | CEI Vovó Brandina | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    14h40 – Grupo Folclórico Gaivo Açor – Dança Folclórica | Balneário Gaivota – SC – Palco Peninha

    14h45 – Boi de Mamão Parati | CEI Vovó Brandina | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    15h  – Dança da Peneira | CEI João Ignácio Filho | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    15h10 – Grupo Boi de Mamão Família Mello | Imbituba – SC – Palco Peninha

    15h15 – Pau de Fita | E.M Antenor Sprotte | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    15h20 – Maricota e a Cobra do Rio Itapocu | CEI João Serafim | Araquari – SC

    Palco João Evilásio

    15h30 – A Jardineira | CEI Janaína | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    15h35 – Caranguejo | CEI Heley | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    15h40 – Grupo Folclórico Santo Antônio | Imbituba – SC – Palco Peninha

    16h  – Dança Casa Açoriana | E.M. Rosalvo Fernandes | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    16h10 – Grupo Folclórico Quinta dos Açores  | Barra Velha – SC – Palco Peninha

    16h15 – Chamarrita | E.M. Francisco Jablonsky | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    16h30 – Apresentação Pout Pourri açoriano |E.M. Amaro Coelho | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    16h40 – Grupo Alegria | Porto Belo – SC – Palco Peninha

    17h10 – Boi de Mamão | Araquari – SC – Palco Peninha

    17h30 – Boi de Mamão da Caputera | Laguna – SC – Palco Peninha

    18h00 – Grupo Eia Boi das Bombinhas | Bombinhas – SC – Palco Peninha

    18h30 – Espetáculo A nossa história – Professoras de Araquari e Grupo Mocinhas da Cidade | Araquari – SC – Palco Peninha

    19h10 – Boi de Mamão Raiz da Terra | Itapema – SC – Palco Peninha

    19h40 – Grupo Folclórico Mixtura – Dança folclórica | Bombinhas – SC – Palco Peninha

    20h10 – Espaço de Dança Casarão Gallotti | Tijucas – SC – Palco Peninha

    20h40 – Grupo Folclórico Rancho Açoriano – Dança folclórica | Criciúma – SC – Palco Peninha

    21h10 – Raízes Açorianas Grupo Folclórico – Dança folclórica | Casa dos Açores de Santa Catarina | Florianópolis – SC – Palco Peninha

    21h40 – Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul, CAERGS – Dança folclórica | Gravataí – RS – Palco Peninha

    22h10 – Grupo Folclórico Gaivo Açor – Dança folclórica | Balneário Gaivota – SC – Palco Peninha

    22h50 – Grupo Açor Sul Catarinense – Dança folclórica | Sombrio – SC – Palco Peninha

    23h30 – Show musical com Banda São Chico Groove – Palco Peninha

     

    Encerramento das apresentações às 23h30 no Palco Peninha

     

    19/11 – Domingo

    Início com a Missa do Encontro das Bandeiras e Folias do Divino às 09h00 no Santuário Senhor Bom Jesus de Araquari

    9h00 – Missa do Encontro das Bandeira e Folias do Divino – Santuário Senhor Bom Jesus de Araquari

    11h – Mastro de São Sebastião | Penha – SC – em frente ao Santuário Senhor Bom Jesus de Araquari

    11h – 18h30 – Pavilhão de Gastronomia – Salão Paroquial

    12h – 18h30 – Estandes Culturais – Salão Paroquial

    12h – Orquestra e Coral Escola de Música | Biguaçu – SC – Palco Peninha

    12h45 – Baile do Povoado | CEI Cinderela | Araquari – SC – Palco Peninha

    12h55 – Dança da Ilha de São Miguel |  E.M. João Agnelo | Araquari SC – Palco Peninha

    13h – 16h30 – Exposição dos projetos do 3º Prêmio de Práticas Pedagógicas do Município de Araquari – Secretaria Municipal de Educação

    13h05 – Vem cá, meu Boi, vem cá! | E.M. São Benedito | Araquari – SC – Palco Peninha

    13h25 – Grupo Alegria – Dança folclórica | Porto Belo – SC – Palco Peninha

    13h55 – As Mocinhas da Cidade – Dança folclórica | Araquari – SC – Palco Peninha

    14h – Dança Bate o Pé | E.M. Rosalvo Fernandes | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    14h25 – Grupo Folclórico Alma Açoriana – Dança folclórica | Barra Velha – SC – Palco Peninha

    14h30 – Pezinho da Vila | CEI João Serafim | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    14h55 – Grupo Folclórico Gaivo Açor – Dança folclórica | Balneário Gaivota – SC – Palco Peninha

    15h30 – Teatro Boi de Mamão | E.M. Ponto Alto | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    15h40 – Aurora Açoriana, ACAI,  Dança folclórica | Içara – SC – Palco Peninha

    15h45 – Boi de Mamão |  CEI Lindolpho | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    16h – Terno de Reis | CEI Branca de Neve | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    16h05 – Massa de Mandioca – Música | CEI João Luiz do Rosário | Araquari – SC – Palco João Evilásio

    16h10 – Grupo Folclórico Rancho Açoriano –  Dança folclórica | Criciúma – SC – Palco Peninha

    16h40 – Grupo Açor Sul Catarinense – Dança folclórica | Sombrio – SC – Palco Peninha

    17h – Raízes Açorianas Grupo Folclórico –  Dança folclórica | Casa dos Açores de Santa Catarina | Florianópolis – SC – Palco Peninha

    17h30 – Divulgação dos ganhadores do 3º Prêmio Práticas Pedagógicas do Município de Araquari – Palco Peninha

    17h45 – Pronunciamentos de encerramento do 29º ACOR – Palco Peninha

    18h30 – Show musical com Grupo Só Hoje – Palco Peninha

     

    Encerramento às 18h30 com show musical com Grupo Só Hoje no Palco Peninha

     


  • 29º AÇOR – Araquari SC

    Publicado em 01/11/2023 às 14:58

    Festa da Cultura Açoriana de Santa Catarina – 29° AÇOR – Araquari/SC

          Nos dias 17 a 19 de Novembro, será realizado o 29º AÇOR, em Araquari, na Rua Nereu Ramos, 402, Santa Catarina. Sua presença é muito bem vinda neste espaço de preservação da Cultura Açoriana. Teremos apresentações culturais e folclóricas, estandes, desfile etnográfico, Missa do Divino Espírito Santo, artesanato e, claro, muita comida típica regional!

          Este evento está em sua 29ª edição, em parceria com o município de Araquari e outros municípios de Santa Catarina. As reuniões preparatórias do evento são realizadas pelo Conselho Deliberativo do Núcleo de Estudos Açorianos (NEA). Atualmente o NEA atua em 46 municípios do litoral de Santa Catarina, promovendo palestras, cursos, exposições e desenvolvimento de pesquisas que buscam preservar e divulgar a cultura açoriana, e identidades culturais locais.

          O Açor é uma festa realizada anualmente visando celebrar a cultura açoriana no estado de Santa Catarina, sendo a maior Festa da Cultura Açoriana do Brasil. Realizada em três dias de festividade (sexta-feira, sábado e domingo) é uma mostra dos costumes históricos dos povos emigrantes açorianos, preservando a sua memória e identidade desde a sua vinda às terras Catarinenses.

     

    Mais detalhes sobre o evento serão divulgados em breve.

     


  • Troféu Açorianidade 2023

    Publicado em 20/10/2023 às 17:24

    Convite para a cerimônia da entrega do Troféu Açorianidades 2023

       No ano de 1996, o Troféu Açorianidade foi criado com o objetivo de reconhecer e valorizar o trabalho de Instituições, Pessoas e Empresas, em prol da Cultura de Base Açoriana do estado de Santa Catarina.

       A escolha é feita anualmente pelo Conselho Deliberativo do Núcleo de Estudos Açorianos formado por 68 representantes das Prefeituras Municipais do litoral catarinense, Universidades Regionais, Fundações e Associações Culturais que atuam no litoral catarinense. Neste Conselho a SETUR, o Arquivo Público do Estado, e o Consulado Honorário de Portugal também têm assento. Todos têm o direito à participação de indicações e da eleição dos agraciados.

       Os nomes destes troféus fazem menção às nove ilhas do Arquipélago Açoriano. A Ilha de Santa Catarina empresta o nome ao décimo troféu, que acreditamos ser a décima Ilha do arquipélago Açoriano. Convidamos a todos e a todas para esta cerimônia!

    Troféu Açorianidade

     

    Local: Prédio da Secretaria da Educação de Araquari, situado na Av. Nereu Ramos, 101 – Sala 3 – Centro, Araquari – SC, CEP: 89.245-000.

    Horário: 28 de outubro de 2023 (Sábado), às 19h00.


  • Mostra de cerâmica “Poesia das Mãos”

    Publicado em 18/09/2023 às 16:34

     

    Detalhe Exposição

    A relação entre barro e fogo sempre demonstrou grande importância e utilidade para as sociedades humanas.
    A queima do barro dá origem a cerâmica, que sendo um material com impermeabilidade e uma certa resistência foi usada na confecção de utensílios, decoração, brinquedos e na construção de casas.

    A tradição ceramista em Santa Catarina e nas demais regiões das Américas é anterior à chegada de outros povos de origem europeia e oriental. Com a chegada dos portugueses, se usou da argila presente no território para a construção de casas, confecção de objetos e utensílios de usos diários. Esse saber fazer, as técnicas tradicionais dos oleiros e oleiras de Santa Catarina, estão, ainda, resistindo e devem ser conhecidos e divulgados como uma prática cultural de vários povos ancestrais. Oleiro é o indivíduo que trabalha na criação de vasilhas, e objetos, de barro. Souza e Philippi (2022) apresentam que com a chegada do alumínio e plástico, a demanda por oleiros diminuiu, contudo atualmente a arte voltou a ter maior visibilidade para a criação de panelas, jarros, vasos e demais artigos utilitários e de decoração.

    Detalhe Exposição

    O mestre Geraldo Germano aprendeu o ofício de oleiro com o José Francelino de Souza, na década de 1970, este também tendo aprendido de um oleiro tradicional. Newton Souza aprendeu a técnica com o mestre Geraldo.

    Assim o ofício de oleiro é algo que se ensina e difunde de uma pessoa a outra. Em maio de 2005, durante a Festa do Divino Espírito Santo, em São José, os mestre Geraldo e Newton propuseram a utilização de um espaço na Avenida Beira-Mar de São José para a criação de cultura. Assim, foi criada em 2005 a Escola Olaria Beiramar São José, pelos mestres José Geraldo Germano e Newton Souza, para ser um local de difusão da arte ceramista tradicional.

    Detalhe Exposição

    As técnicas utilizadas na confecção dos objetos da exposição se baseiam nas mesmas utilizadas pelos povos originários que habitavam o Brasil. A Escola Olaria Beiramar São José faz uso do rolinho, acordelado e fiada. Antes da queima da peça, o processo consiste em fazer rolinhos de massa sobrepostos para confeccionar as paredes e, também, roletes em espiral para fazer o fundo. Para o acabamento, se utiliza de pequenas pedras lisas para brunir, deixando-as alisadas. No final a peça é queimada entre 800 °C e 1000 °C, com a temperatura subindo lentamente.

    O NEA – Núcleo de Estudos Açorianos – NEA/SECARTE/UFSC convida os estudantes, professores, servidores e toda a comunidade a apreciar a exposição de cerâmica “Poesia das Mãos”, a partir do dia 19 de setembro até o dia 24 de novembro, de segundas à sextas (das 9h às 12h e das 13h30 às 17h), no prédio do NEA, localizado ao lado do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE). Contamos com a sua presença.

    Convite

    Expositores: Adriana Castanho – Albertina Santana – Ana Gonçalves – Ana Margarete Silva – Elisabete Regis – Eloisa Oliveira – Francisco Silva – Geraldo Germano – Joel Pereira – João Ribas – Kátia Martins – Mª Fátima Monguilhott – Marilda Silva – Marleide Canale – Michelle Monguilhott – Newton Souza – Roberto Alvarenga – Rose Schmitz.

    Referência

    SOUZA, Giana Schmitt de; PHILIPPI, Jane Maria de Souza. A Escola Olaria de Beiramar de São José e a trajetória dos seus Mestres José Geraldo Germano e Newton Souza. Florianópolis: Dois Por Quatro, 2022.

     


  • Os Santos Populares: São João e as Sanjoaninas nos Açores

    Publicado em 23/06/2023 às 12:06

    O mês de junho, em Portugal, é o mês dos Santos Populares. As comemorações em Santo Antônio abrem as festas 13 de junho. Este Santo, muito celebrado em Lisboa e Porto, é também celebrado na região dos Açores, em especial nas cidades que tem este como padroeiro. São João, em 24 de junho, é muito festejado na Ilha Terceira bem como em outras regiões dos Açores, com as Festas Sanjoaninas. Encerrando o ciclo das festas dos Santos Populares do mês junho, São Pedro é celebrado em 29 de junho, principalmente no Pico e em São Miguel.

    As marchas Sanjoaninas. Fonte: bomdia.fr/sanjoaninas-fazem-regressar-emigrantes-aos-acores/

    A tradicional festa de São João tem origem em rituais pagãos europeus, que celebravam o solstício de verão em homenagem ao sol e à fecundidade. O ritual ao Sol é adaptado ao cristianismo, que buscava abarcar tradições para se estabelecer na Europa. Dessa forma, o Jesus Cristo seria lido como um sol novo que nasce próximo ao solstício de inverno do Hemisfério Norte, trazendo a luz. Já a Festa de São João, que seria no dia do nascimento de João Batista, está próximo do solstício de verão do Hemisfério Norte, sendo a festa do Sol. João, primo de Jesus Cristo, teria nascido seis meses antes de seu primo e deveria ser o testemunho de que a luz viria, uma espécie de prelúdio. 

    Nas Ilhas dos Açores, a principal festa de São João acontece na Ilha Terceira, onde são chamadas de Sanjoaninas. Diversos elementos compõem essa festa, que é celebrada por dias com muita alegria pela multidão. As Sanjoaninas sempre iniciam com um cortejo, com a Rainha em posição de destaque, acompanhada de crianças e de um mestre de cerimônias. O presidente da Câmara Municipal recebe a rainha no Salão de Cerimônias, onde esta profere o discurso que inicia o cortejo. A cada ano, há um tema para a festa, que se faz presente na decoração dos carros alegóricos que compõem o cortejo. Os temas costumam ser relacionados à natureza, como o mar, a praia, a primavera, entre outros. Durante a festa, há uma forte presença da vegetação, que se faz presente de maneiras variadas. A vegetação decora os carros alegóricos, as casas, os mastros da cidade.Enfim, são várias alegorias. 

    Outro elemento que tem papel importante na festa é o touro, que faz parte de diversas brincadeiras como a tourada, e as corridas de corda e de praça. Os carros que levam os touros são decorados de flores, e são acompanhados de muita música. Outros importantes elementos são a fogueira e os fogos de artifício, espantando os maus espíritos. As tradicionais fogueiras marcam a virada do dia 23 para o dia 24, enquanto os fogos de artifício fazem seu show à parte, iluminando o céu da cidade e atraindo os olhares dos que passam. Ainda, há de citar os jogos. Durante a festa, acontecem competições esportivas como jogos de tênis, hóquei e até mesmo pequenas maratonas. 

    A festa, composta por todos estes elementos citados, é deveras importante na Ilha Terceira. Invade as ruas com sua música, barulho e alegria, invadindo também com alegria as mentes e corpos de quem participa. Assim, atrai os moradores, bem como turistas que vão conhecer a cultura dos ilhéus. 

    ANGELO, Elis Regina Barbosa. TRAJETÓRIAS DOS IMIGRANTES AÇORIANOS EM SÃO PAULO: Processos de formação, transformação e ressignificação das representações culturais. 2011. 363 f. Tese (Doutorado) – Curso de História Social, Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2011.

    COSTA, Antonieta. As Festas Sanjoaninas e suas origens mais remotas. Estudo Comparativo Documental. Cadernos Neps, Guimarães, p. 7-56, 2002.

    MARTINS, Francisco Ernesto de Oliveira. Festas Populares dos Açores. 1 ed. Maia: Gráfica Maiadouro. 1985. 398 p.


  • A Festa do Divino Espírito Santo: Contexto histórico

    Publicado em 23/05/2023 às 15:01

    A Festa do Divino Espírito Santo, trazida pelos açorianos em meados do Séc. XVIII, é uma importante festividade popular de Santa Catarina. 

    Segundo Sarita Santos, a festa tem origem na promessa feita pela rainha Isabel de Aragão ao Divino Espírito Santo, clamando pela paz e reconciliação entre o rei D. Diniz e seu filho Afonso. E o pedido foi aceito pelo Espírito Santo! Então foi feita a festa, que já se espalhara pela Europa. A primeira celebração foi formada pelo rei e a rainha, que ofereceram uma coroa à igreja, bem como seus soldados, formando um cortejo. Todas as pessoas queriam ver e reverenciar a coroa oferecida pela rainha. As doações dos nobres portugueses custearam comes e bebes aos camponeses, e aos mais necessitados. Assim, a festa passa a ser realizada anualmente  em diversas regiões de Portugal. Como o rei e a rainha não poderiam estar em todas as festas, passam a ser representados, simbolicamente, por um casal festeiro.

    Imagem retrata a pomba branca e a bandeira da Festa do Divino Espírito Santo realizada no Ribeirão da Ilha, no ano de 1981. Fonte: Acervo Bibliográfico do NEA.

    A festa é levada para os Açores já com os primeiros portugueses que lá chegaram e se torna a mais tradicional festividade celebrada por aquele povo. Lá, após um forte terremoto em 1522, os “impérios” são incorporados à tradição. Esses impérios eram pequenas capelas, de cores vivas, onde eram colocadas as coroas, e os utensílios usados na festa. Neste mesmo período, há também a formação das Irmandades do Espírito Santo, que se encarregam de realizar a festa. 

    A festa e outras diversas manifestações culturais dos açorianos chegam a Santa Catarina a partir de 1748, com a articulação do engenheiro militar Brigadeiro José da Silva Paes, o primeiro governador da Capitania da Ilha de Santa Catarina. O arquipélago açoriano, à época, estava enfrentando dificuldades de produção de alimentos, e com uma população bastante empobrecida. A região de Santa Catarina, por outro lado, tinha uma escassa população e um vasto território a ser explorado e povoado. Silva Paes, assim, sugere a vinda de casais açorianos à capitania que dirigia a fim de iniciar um povoamento mais abundante destas terras.
    A vinda dos casais açorianos ao litoral catarinense gerou na região um legado que se estende até os dias de hoje, em uma memória histórico-cultural que se manifesta na vida cotidiana de quem aqui vive. A Festa do Divino Espírito faz parte deste legado, se constituindo como uma das maiores expressões da tradição açoriana. Assim, é a maior festa religiosa de vários municípios litorâneos e quatorze comunidades em Florianópolis. 

    As festas são realizadas nos meses de maio a setembro, seguindo o calendário litúrgico católico. Cada comunidade pode ter características próprias no festejo, mas que não alteram a essência do culto ao Espírito Santo. As festas costumam seguir o ciclo do Divino Espírito Santo, que é formado por quatro etapas: os peditórios, as novenas, as cantorias e a festa em si. Os grandes símbolos que formam a festa são a presença da bandeira do Divino, o casal festeiro (imperador e imperatriz), o cortejo imperial, a coroação, pagamento de promessas e bandas.

    REFERÊNCIA

    SANTOS, Sarita. A Folia do Divino: Contada & Cantada por Picucho Santos. Balneário Piçarras: Oficina Birô de Criação, 2022.

     

     


  • PENINHA: a referência da Cultura Popular da Ilha de SC.

    Publicado em 16/03/2023 às 11:49

    Quando Gelci José Coelho descobriu as artes e a literatura ele abriu um mundo de possibilidades para expressar a sua visão de um mundo de cores, alegrias, vivências, e de tradições.
    Numa das suas primeiras “viagens” à Capital do Estado de SC ele reconheceu que os seus sonhos e desejos poderiam se concretizar em experiências culturais autênticas e imaginárias, e que a vida cultural é possível, basta acreditar nas suas formas de expressão.
    Gelci José Coelho “Peninha”, desde que começou o seu curso de História na UFSC, foi incansável na busca das manifestações culturais da Ilha de SC. Como servidor da UFSC, quando iniciou as suas funções trabalhando no Departamento de História, sempre se dedicou às coisas da cultura e das suas formas de expressão. E quando finalmente se encontrou com o universo dos Museus, atuando no então Museu de Antropologia da UFSC – atual MArquE, ele se lançou para um convívio com a Cultura Popular, sendo um aprendiz do fazer cultural acompanhando Franklin Joaquim Cascaes em tudo. Afinal, ele descobriu na prática de Cascaes a sua própria vida cultural.
    Peninha foi o precursor da Museologia em SC. Foi aluno do Curso de Especialização em Museologia na USP, e foi responsável em disseminar os seus conhecimentos na disciplina de Tópicos Especiais: Introdução à Museologia, oferecida pelo Departamento de História (nos anos de 1980).
    Ao lado do seu inspirador e amigo Cascaes, Peninha conheceu o universo mítico, mágico, e imaginário da Ilha de SC.
    O legado de Cascaes é obra de Peninha!
    Peninha lutou para que a produção cultural de Cascaes ficasse aqui na UFSC. Ele integrou os trabalhos de criação do Núcleo de Estudos Açorianos – NEA/SECARTE/UFSC, e foi um dos maiores animadores e provocador das ações de valorização da Herança Cultural Açoriana em SC, e no mundo.
    Nas ações em favor da Museologia em SC ele integrou o grupo de trabalho para a criação do Núcleo de Estudos Museológicos – NEMU, que se tornou uma referência nacional em termos de formação continuada em Museologia.
    Como artista plástico, Peninha vivia sem limites para a criação e expressão. Ele foi o criador e maior incentivador do Palhostok – festival de rock realizado em Palhoça (1974). Viveu as experiências de visitar muitos museus em sua permanência em São Paulo, acumulando desejos de ver Santa Catarina se expressando como um espaço de liberdade artística e cultural.

    A sensibilidade de Peninha em perceber as manifestações populares como expressões da vida das pessoas lhe confere o título de referência da Cultura Popular de Santa Catarina, pois ele viveu intensamente, e ativamente, todas as possíveis formas de expressão da arte e da cultura.
    Estamos, nesta data de 16 de março de 2023, assistindo a chegada de Peninha ao paraíso do convívio dos elementais do nosso imaginário ilhéu. Certamente que ele será recebido com grande alegria por todas as pessoas que já fazem parte de grande Baile Místico da nossa Cultura Popular.
    Francisco do Vale Pereira
    Coordenador NEA/SECARTE/UFSC


  • Visita da Presidência do Governo dos Açores à Florianópolis

    Publicado em 01/03/2023 às 11:24

    No dia 22 (quarta-feira) de março deste ano, o presidente do Governo Regional dos Açores, Dr. José Manuel Bolieiro, junto a uma comitiva, estará visitando Florianópolis em função da comemoração dos 350 anos da fundação de Florianópolis, 275 anos de presença açoriana em Florianópolis e comemoração dos 250 anos da Irmandade do Divino Espírito Santo (Florianópolis/ SC).

    O Presidente participará de diversas atividades comemorativas, sociais e oficiais. Estando no dia 22 (quarta-feira) de março às 9 horas, no centro de Florianópolis, em visita oficial em decorrência da comemoração aos 250 anos da Irmandade do Divino Espírito Santo. A ocasião é a oportunidade do Governo Regional dos Açores fazer a entrega de coroas, cetros e salvas para a Irmandade do Divino Espírito Santo (Florianópolis/ SC) , para a Comunidade do Pântano do Sul (Florianópolis/ SC), para a Comunidade de Sambaqui (Imbituba/ SC) e para a Comunidade de Benfica (Palmeira/ PR), além da entrega de uma viola dois corações (viola de doze cordas) ao Grupo Açor Sul Catarinense (Sombrio/ SC).

    Ainda no dia 22 (quarta-feira), a comitiva dos Açores será recepcionada para um almoço com o Governador do Estado de Santa Catarina. À tarde, às 17 horas, a comitiva participará da Sessão Solene no Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina; pela noite, a comitiva será recepcionada pelo Prefeito de Florianópolis, no Resort Costão do Santinho.

    Nesta ocasião, vários representantes do conselho deliberativo do NEA estarão presentes nas atividades da visita oficial do Presidente do Governo Regional dos Açores.

    No dia 23 (quinta-feira), pela manhã, a comitiva fará uma visita protocolar ao Grupo ND/Record e às 19 horas participará da Sessão Solene realizada na Câmara de Vereadores de Florianópolis.

    O Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina (NEA/ UFSC), vinculado à Secretaria de Cultura, Arte e Esportes (SeCArtE), estende o convite para celebrar a ocasião das comemorações para toda a comunidade.


  • Reportagem de jornalista da Agecom UFSC sobre reprodução de tainha em laboratório é finalista em premiação de jornalismo.

    Publicado em 22/11/2022 às 11:43

    2° Prêmio de Jornalismo em Ciência, Tecnologia e Inovação: “Na categoria Institucional, o jornalista da Agecom, Maykon de Oliveira Bento, é finalista com a reportagem Tainha de laboratório: UFSC é pioneira na reprodução de espécie em cativeiro.”

    – Notícias UFSC 22/11/2022 

       A reportagem de 24 de Maio de 2022, de Maykon de Oliveira Bento, conta com uma rica quantidade de informações sobre os estudos realizados na UFSC que tem por objetivo reproduzir Tainhas em laboratório. A Tainha, que nas palavras do autor, é “símbolo da tradição” e que, portanto, carrega valorosa importância para toda tradição do litoral catarinense, também está presente na pesca artesanal da região, ou seja, na economia nativa, que poderá, de acordo com os estudos expostos na reportagem, “contribuir para o nascimento de alternativas economicamente viáveis, capazes de garantir a oferta da tainha durante o ano inteiro e agregar valor à sua produção”. Ainda na reportagem, o coordenador do Núcleo de Estudos Açorianos (NEA), Francisco do Vale Pereira, deixou sua contribuição no tema da Tainha enquanto patrimônio imaterial e identidade cultural catarinense.

    Confira a reportagem: https://jornalismoufsc.shorthandstories.com/tainha-de-laboratorio/


  • A benzedura, a universidade e a tradição popular: uma reflexão.

    Publicado em 16/11/2022 às 15:45

    Capa de livro com coletânea de histórias de benzedeiras e benzedores de Florianópolis – SC. 

     

    É recorrente no cenário popular catarinense o aparecimento da Benzedura: como história, saber e solução. É história para os mais jovens. É saber para os benzedores e, sobretudo, para as benzedeiras, que carregam nas costas a permanência dessa tradição; que por sua vez também é solução para aqueles que acreditam na cura de cobreiro, de zipra e da dissolução da tradicional cultura popular frente à importação cultural.

    “Eu é que te benzo, Deus é quem te cura” revela uma oração escrita em folha de papel de autoria desconhecida. O ato de benzer traz a tona uma serie de questões para além da benzedura em si; o caráter místico e/ou religioso, assim como o caráter popular de determinada tradição comumente nos leva – aqueles atrelados ao rigor acadêmico – a uma batelada de enganos e suposições. Se tratando de ciência, a forma religiosa e a ausência de formação acadêmica das benzedeiras e dos benzedores aparecem como um empecilho para o processo de cura. O que se tem por evidente é que a benzedura não substitui qualquer tipo de orientação médica profissional; contudo, o conhecimento popular não deve ser tratado como puro misticismo anticientífico. A utilização de plantas, chás, pomadas e outros recursos carregam um caráter medicinal que advém da experiência e da tradição e que, ao haver proximidade com a pesquisa e a ciência, adquirem uma validade científica, rompendo com os grilhões da alienação acadêmica. Nesse sentido, é dever da própria academia conferir, na medida do possível, as bases para a aceitação do conhecimento popular.

    Outra barreira que a benzedura rompe é a segregação religiosa. Comumente, em tempos sombrios, parece haver uma batalha entre as religiões, sobretudo contra a plena aceitação das religiões de matriz africana. Em meio aos morros e as praias do litoral catarinense, a tradição açoriana abraça a primeira vista, principalmente, a população “nativa” e católica – constantemente associada à figura do “manezinho” – que em uma mão carrega um crucifixo e em outra uma tarrafa, mas também abraça aqueles que têm em suas estantes as figuras dos santos e os tambores de axé. É diante de tal realidade que vemos tanto o exemplo do seu “Chico da Luz”, morador do Campeche há mais de 70 anos, católico e benzedeiro, quanto da dona Enaide, moradora do Morro do Céu e de dona Claudete do Morro do Mocotó, benzedeiras e curandeiras que, respectivamente, preservam a memória do povo preto e da Umbanda, ao se utilizar de guias e santos. Não é demandado tanto esforço, portanto, para enxergar o poder, que é material, concreto, social do ato de benzer; a tradição rompe os muros da universidade, aproximando a população originária da ciência, assim como as diferenças sociais. Eis o motivo da necessidade incessante de se preservar a cultura açoriana e assegurar os direitos do povo originário.

     

    Bibliografia:

    FRANÇA, Maria da Conceição Fernandes de et al. SABERES QUE CURAM: A BENZEDURA COMO TRADIÇÃO POPULARRevista Includere, Mossoró, v. 1, p. 271-273, 2016.

    NERY, Vanda Cunha Albieri. Rezas, Crenças, Simpatias e Benzeções: costumes e tradições do ritual de cura pela fé. In: VI Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom, 2006, Uberlândia/MG. Anais. Uberlândia/MG: 2006.

    Costa EP. Benzedeiras no sistema oficial de saúde do Ceará: relações entre religiosidade e medicina popular [internet]. [dissertação]. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie; 2009. 43 f. [acesso em 2019 abr 21]. Disponível em: http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/2534/1/Elizabeth%20Parente%20Costa.pdf
    » http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/2534/1/Elizabeth%20Parente%20Costa.pdf