Safra da Tainha em Santa Catarina
A safra da tainha no litoral de Santa Catarina ocorre entre os meses de maio e julho, período em que grandes cardumes se formam e se aproximam da ara a pesca. Esse fenômeno está diretamente ligado a fatores climáticos, especialmente à queda das temperaturas e à atuação do vento sul. Essas condições favorecem a migração dos cardumes, impulsionando sua saída do estuário da Bacia do Prata em direção ao litoral catarinense, onde se tornam mais acessíveis aos pescadores.
Essa atividade é praticada principalmente de forma artesanal, preservando tradições centenárias que fazem parte da identidade das comunidades litorâneas. Os pescadores utilizam redes e técnicas transmitidas de geração em geração, em um esforço coletivo que mobiliza famílias inteiras e fortalece os laços comunitários.
A pesca de arrasto ou de cerco é uma das mais utilizadas, que envolve o avistamento dos cardumes a partir da praia, geralmente por vigias posicionados em locais elevados, como dunas ou costões. Quando as tainhas são avistadas, os vigias alertam os pescadores, que rapidamente entram em ação, colocando os barcos no mar e lançando as redes para cercar os peixes com precisão. A técnica exige atenção, trabalho em equipe e uma profunda conexão com os ciclos naturais. Ela acontece simultaneamente com o saragaço, que se caracteriza pela agitação, correria, brincadeiras e o esforço coletivo para trazer os peixes à praia.
Por isso, a pesca da tainha é uma atividade essencial para a economia local e desempenha um papel fundamental na preservação da cultura e das tradições das comunidades pesqueiras do litoral catarinense.
Além disso, durante a temporada da tainha, há regras específicas que regulamentam a pesca A scosta, criando condições ideais pna região, visando garantir a sustentabilidade do recurso pesqueiro e proteger a atividade artesanal. Uma dessas medidas é a restrição à atuação de embarcações de grande porte ou industriais no período da safra.
Durante esse período, apenas barcos autorizados, geralmente de pequeno porte e vinculados à pesca artesanal, podem operar nas áreas designadas para a captura da tainha. Em diversas regiões do litoral catarinense, o acesso é exclusivo para comunidades tradicionais, que utilizam técnicas como o cerco ou arrasto de praia.
Essas restrições têm como objetivo proteger os cardumes durante sua migração e permitir que as comunidades locais, que dependem historicamente da pesca da tainha para sua subsistência, possam aproveitar a safra de forma justa. A fiscalização é realizada por órgãos ambientais e entidades pesqueiras, garantindo o cumprimento das normas e a preservação da espécie para as futuras gerações.








