Monumento ao Povoamento Açoriano em Santa Catarina

O ano de 1746 foi particularmente especial para o processo de ocupação do Brasil meridional. No dia 31 de agosto de 1746, o Rei D. João V, através de Resolução Régia, determinou que fosse iniciado o processo de inscrição de casais Açorianos que deveriam embarcar para o Brasil Meridional.

Ao longo dos anos, de 1748 a 1756 mais de 4.500 açorianos fixaram residência no litoral do Estado de Santa Catarina e aproximadamente 1500 açorianos migraram para o Rio Grande do Sul.

Estes ilhéus provenientes principalmente do grupo central do Arquipélago dos Açores (Ilhas Terceira, Pico, São Jorge, Faial e Graciosa), não só asseguraram a efetiva ocupação do litoral do nosso Estado, como fixaram raízes culturais profundas que até hoje constituem a essência cultural litorânea.
Hoje, estas raízes culturais estão muito presentes em uma faixa litorânea de mais de 500 quilômetros de costa com uma área de mais de 15.000 quilômetros quadrados e uma população de aproximadamente um milhão de habilitantes.

A construção do Monumento ao Povoamento Açoriano em Santa Catarina inaugurado em agosto de 1996 tem o objetivo de homenagear o POVO AÇORIANO de aquém e além mar, pela contribuição à História e a Cultura Catarinense.

Para a construção do Monumento foi realizado um concurso em nível nacional e a proposta ganhadora foi do artista plástico Guido Heuer. A promoção do Concurso foi da Universidade Federal de Santa Catarina (NEA), Prefeitura Municipal de Florianópolis e do Governo Regional do Açores. A premiação do Concurso foi uma viagem para o Arquipélago dos Açores.

O Monumento foi construído na cabeceira continental da ponte Pedro Ivo Campos que liga a Ilha de Santa Catarina ao continente; para nos a décima ilha do Arquipélago Açoriano.

A obra retrata uma Janela e uma Porta característica da arquitetura Luso-Brasileira, técnica construtiva que os açorianos trouxeram para cá. Também mostra uma Roda de carro de boi, meio de transporte que os casais açorianos aqui implantaram. Nos ícones que aparecem estampados na vertical do monumento temos: A Coroa do Espírito Santo, sem dúvida a maior identidade do povo açoriano e presente em todo o litoral catarinense; O Touro também um elemento muito forte na identidade dos açorianos aqui no Estado de Santa Catarina, traduzido pela nossa Farra do Boi; O Bilro das rendas que faz alusão ao artesanato; O Peixe representa a pesca que os açorianos tiveram que se dedicar, pois aqui não conseguiram reproduzir suas lavouras; O Jarro mostra a produção da cerâmica utilitária como objeto de usos no seu dia a dia; O Pão por Deus representa, alem das tradições orais o trabalho criativo do recorte e da pintura. Estes Ícones estão estampados na logomarca do Núcleo de Estudos Açorianos desde 1992.

Com esta proposta o artista plástico Guido Heuer – www.guidoheuer.com.br homenageia o Povo Açoriano espalhado por todo o Sul do Brasil