Exposição: A Farra – Desenhos Lilian Martins

18/11/2011 11:28

A Farra do Boi é o tema da exposição de desenhos Lilian Martins que abre no dia 21 de novembro, dentro da programação da 4ª Semana Ousada de Artes UFSC/UDESC. Imagens, signos, dizeres relacionados à brincadeira folclórica poderão ser vistos no Espaço Cultural do Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina até o dia 16 de dezembro de 2011, de segunda a sexta feira, das 9 às 12 horas e das 14 às 17 horas.

Resultado da pesquisa visual e da coleta de histórias nas comunidades litorâneas tradicionais de Santa Catarina, a exposição traz uma visão antropológica e lúdica da “Farra do Boi”, denominação criada pela imprensa carioca e paulista nos anos noventa.

O objetivo da exposição “A Farra” é fazer o registro das imagens, práticas, gestos e dizeres, signos das comunidades de base cultural açoriana, reunidas na brincadeira do boi, sem defender ou acusar. “Por meio do desenho faz um registro de uma manifestação popular que vem sendo modificada e caminha para o desaparecimento”, diz Joi Clétison, coordenador do Núcleo de Estudos Açorianos da UFSC, que promove o evento.

Natural de Itajaí e residente em Balneário Camboriú, pós-graduada em Criação e Gestão em Moda Lilian Martins registrou em desenhos a dificuldade de realizar a brincadeira nos dias de hoje. Ex-diretora de Arte da Fundação Cultural de Balneário Camboriú e ex-coordenadora do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Faculdade Avantis – Balneário Camboriú, Lilian observou as pessoas à espera do boi, no corre-corre, nos planos de fuga, no drible seguro, nos esforços financeiros pra promover as festas na comunidade, e recriou o que viu em doze desenhos a nanquim.

Com participação em dezenas de exposições individuais e coletivas, Lilian deixou o seguinte depoimento sobre a cultura do boi que vivenciou durante a infância e adolescência:

– Como surgiu a Farra? Meu pai, da família dos Souza e Martins, natural da cidade de Tijucas, sempre contava os casos da sua juventude, das pescas, dos hábitos e costumes, e da farra do boi. Muitas histórias, hilárias eram contadas e recontadas, meio exageradas, muitas das quais misturam realidade e ficção, de um tempo em que todo mundo apreciava de perto a farra, inclusive as mulheres com as crianças no colo. Quando adolescente vivenciei isso tudo.

Muitas dessas histórias já ouvi centenas de vezes, e sempre me pego rindo, não somente pela narrativa em si, mas pelas encenações, mímicas, gestos, e no modo de falar rápido, com repetições para dar ênfase ao causo. Então, separei um caderno para registrar e ilustrar, a bico de pena, as memórias do pai. Os desenhos foram feitos em traços rápidos, procurando acompanhar a fala apressada do seu Zeca. Despretensiosamente, comecei a registrar, para coletar possibilidades visuais. Depois, vi que o conjunto era bem interessante.  Do conjunto de imagens, selecionei algumas para ampliar e imprimir, para expor como se fossem páginas soltas de um caderno.

Promoção: Universidade Federal de Santa Catarina/Secretaria de Cultura e Arte e DRC – Governo dos Açores
Realização: Núcleo de Estudos Açorianos
Apoio Cultural: Agência de Comunicação da UFSC

Informações: lilianfmartins@hotmail.com  (47) 9193.4030 ou (48)37218605

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