DIVULGAÇÃO: ENCONTROS & DESENCONTROS

11/07/2024 15:08

 

ENCONTROS & DESENCONTROS é um livro que reúne diversos autores que fazem parte do grupo Náufragos Literários de Floripa, estes tão diferentes, mas que compartilham do mesmo gosto: a escrita. O grupo é formado por pessoas idosas oriundas do núcleo de estudos da terceira idade da UFSC que nos convidam ao estímulo da leitura de escritores amadores, contribuindo positivamente para o conhecimento da cultura local.

Entre prosas e versos nos são relatados suas experiências de vida e anseios, entre eles a perpetuação de sua cultura antepassada, como o folguedo do Boi de Mamão citado pelo autor Auri Silva. Para quem escreve e para quem lê, este livro pode viajar em contos do cotidiano até fatos mais íntimos de cada autor.

O Núcleo de Estudos Açorianos se sente muito lisonjeado em receber exemplares desta edição e convida a todos a leitura da obra. Entre encontros e desencontros há a partilha de emocionantes histórias e experiências que valem a pena serem lidas.

 

AS FESTAS SANJOANINAS E DOS SANTOS POPULARES

03/07/2024 15:04

   Entre os dias 21 a 30 de junho de 2024 ocorreram as Festas Sanjoaninas. Estas celebrações são um acontecimento marcante nos Açores. Composta de diversos eventos culturais, essas festas mantêm sua tradição e, principalmente, a preservação do modelo cultural ao longo dos anos.

   Durante os dez dias de Sanjoaninas são realizadas diversas atividades festivas, tendo como centro o Solstício de Verão. As festividades iniciam-se com o cortejo e desfile da Rainha e, nos demais dias, seguem-se muitos eventos etnográficos, culturais, recreativos, musicais e também desportivos. Entre eles o ponto alto é a Feira Taurina das Sanjoaninas, com corridas de praça, toureio a corda e as tradicionais largadas de touros.

   O mês de junho, em Portugal, é o mês dos Santos Populares. Essa celebração teve início em regiões de tradição pagã. Porém, foi a Igreja que ao se propagar uniu as datas à celebração dos seus Santos e feriados, como Santo Antônio, São João e São Pedro. Celebrados, respectivamente, nos dias 13, 24 e 29 de junho.

   A Festa de Santo Antônio, em Lisboa, por exemplo, transforma a cidade num imenso arraial, onde as ruas são decoradas com balões de papel, fitinhas, bandeirolas e manjericos (erva dos apaixonados). As Marchas Populares são um dos pontos mais fortes das festas de Santo António, em Lisboa. Na noite da véspera do dia oficial de Santo Antônio, ocorrem vários desfiles, com coreografias e músicas trabalhadas por vários grupos. É uma grande celebração, onde grupos dos bairros mais tradicionais mostram os seus melhores atrativos, bem como reverenciam os Santos e personagens da história portuguesa. Já no dia 13 de junho, dia de Santo António, ocorre a tradicional procissão a um dos santos portugueses mais queridos do mundo. Outra tradição portuguesa, desta época do ano, são os casamentos de Santo Antônio, com o objetivo de possibilitar o casamento de casais com maiores dificuldades financeiras. Outra curiosidade bem interessante sobre Santo António é que ele ajuda a encontrar objetos perdidos (como São Longuinho, no Brasil) e oferece apoio emocional a quem deseja reencontrar sua fé.

   A festa de São João é, sem dúvida, uma das mais animadas das Ilhas, e do ponto de vista celebrativo, assinala uma homenagem ao nascimento de São João Batista, cujo Evangelho de Lucas registra como sendo seis meses antes do nascimento de Jesus. As Igrejas marcam o nascimento de Jesus em 25 de dezembro, Natal, a Festa de São João (Dia de São João) foi instituída no meio do verão, exatamente seis meses antes da festa anterior. Esta simetria cronológica reforça a importância histórica e religiosa desses eventos. 

   A festa de São João é caracterizada por uma mistura de tradições religiosas e populares. Nas celebrações, é comum encontrar fogueiras, fogos de artifício, danças tradicionais, música ao vivo e banquetes com pratos típicos da época, como sardinhas assadas, caldo verde e outras iguarias regionais. Além disso, uma tradição popular interessante é o lançamento de balões de ar quente e o uso de martelos de plástico, conhecidos como “martelinhos de São João”, que simbolizam votos de boa sorte e prosperidade.

   A festa não se limita apenas ao aspecto religioso, mas também é um momento de encontro comunitário e de celebração da cultura local. Nas regiões onde São João é celebrado com mais intensidade, as ruas se enchem de vida, com decorações coloridas, desfiles e manifestações artísticas que envolvem toda a comunidade. Assim, a festa de São João não apenas mantém vivas as tradições ancestrais, mas também fortalece os laços sociais e culturais que são fundamentais para a identidade das comunidades que a celebram.

   Para terminar a época das festas dos Santos Populares, em 29 de junho comemora-se o São Pedro. Apesar deste Santo não ser tão popular como os outros dois, devido essencialmente à popularidade das grandes cidades, a festa de São Pedro é feita de tradições muito semelhantes ao Santo António e ao São João. As ruas enchem-se de cor e animação, com bandeirolas, fitas e manjericos. Procissões, marchas populares e bailes são organizados nas ruas e a música está sempre presente. 

   As celebrações dos Santos Populares em Portugal, como as Sanjoaninas nos Açores e as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro em diversas regiões, revelam a rica tradição cultural e religiosa do país. Desde os desfiles coloridos e as animadas marchas populares até às festas taurinas e gastronomia típica, estas festividades não apenas preservam, mas também renovam o vínculo entre comunidades e suas histórias. Com suas peculiaridades regionais e o espírito festivo que envolve as ruas, os Santos Populares são um testemunho vibrante da identidade e do fervor popular em Portugal.

 

Festa do Divino Espírito Santo

21/05/2024 16:29

A Festa do Divino Espírito Santo é uma manifestação do catolicismo popular presente em grande parte de nosso território nacional. A celebração do Divino Espírito Santo teve origem na cidade de Alenquer, em Portugal, em meados dos séculos XIII e XIV, e é atribuída à devoção da Rainha Isabel de Aragão. A Rainha clamava pelo fim das desavenças entre seu esposo o Rei D. Diniz e seu filho Príncipe Afonso. Ela teria prometido ao Espírito Santo que, se a paz voltasse a reinar, iria peregrinar o mundo com uma cópia da coroa e uma pomba no alto da coroa. Em agradecimento ao pedido atendido, a Rainha levou a coroa à igreja do Espírito Santo, para a entrega, durante o período de Pentecostes, período que indica a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, 50 dias após a Páscoa. Formou-se uma solene procissão com nobres do reino carregando estandartes enfeitados. Em uma celebração representando a instituição do Império do Espírito Santo, um banquete (o bodo) foi partilhado com os pobres. Na cerimônia, pessoas humildes receberam insígnias do poder real, a coroa e o cetro, simbolizando a vontade do rei e da rainha em servir ao povo no espírito da igualdade e humildade. A devoção ao Divino espalhou-se nos territórios portugueses, principalmente no Arquipélago do Açores. Posteriormente, espalhou-se para outras áreas colonizadas por açorianos, como a Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América e, em diversas partes do Brasil.

       No século XVIII, com a chegada dos primeiros açorianos ao litoral de Santa Catarina, essa tradição começou a ser praticada e representa a manifestação mais significativa da cultura popular catarinense. Os festejos reúnem novenas, promessas, oferendas, bailes e cantorias. A procissão da corte imperial e a cerimônia de coroação do Imperador, principal momento da festa, traz como símbolos a coroa, o cetro, a salva e a bandeira. Já a Bandeira do Divino possui presença especial em todas as cerimônias da festa. Sua passagem pelas ruas das comunidades tem significado marcante, pois anuncia o início dos festejos que, ao som de viola, violão, rabeca e tambor, são acompanhados por um cantador que puxa os versos, o qual é respondido pelo coro de devotos que acompanham o cortejo. As Festas do Divino em Florianópolis ocorrem em diversas comunidades dos bairros do município durante os meses de maio a setembro.

A Festa do Divino Espírito Santo do Centro de Florianópolis é considerada Patrimônio Imaterial do Estado. Em Biguaçu, por exemplo, a festa é considerada Patrimônio Histórico Artístico e Cultural, sendo o evento religioso mais popular do litoral catarinense movimentando as comunidades da Grande
Florianópolis.

Em memória a Cláudio Bersi

19/04/2024 16:07

 

   Escritor e historiador, Cláudio Bersi de Souza nos deixou no dia 20/01/2024, aos 88 anos. Figura humana ímpar, sempre se dedicando ao máximo para o outro. Seu carisma com os leitores e admiradores de seu trabalho nortearam sua vida literária de 40 anos.

   Cláudio Bersi era colunista do DIARINHO e, ao se referir à história local, era incansável no destaque das qualidades, tanto das pessoas como do lugar onde nasceu e partiu: a lindíssima e inigualável Armação de Itapocoróy. Traduzia a seus escritos – tanto romances como biografias, as qualidades empáticas do seu povo originário. Nas obras históricas, era fidedigno aos fatos e de uma memória impecável, na beira dos seus 90 anos de existência.

Durante um período de sua vida que passou no mar, aproveitou para aprimorar seus estudos, chegando a fazer um curso de Jornalismo por Correspondência que durou um ano. Com um dicionário e uma gramática aperfeiçoou-se na língua portuguesa o bastante para se tornar escritor. Lia muito e desenvolvia a escrita, criando contos e romances. Seu primeiro livro: Um Beijo na Tempestade – editado em 1984 – foi manuscrito em cadernos. Até hoje, possui 24 livros publicados – ultrapassando 40 edições. Além de romances e biografias, Cláudio Bersi de Souza é autor de livros de autoajuda e de história. Ele próprio faz parte da trajetória histórica do município de Penha. Foi Vereador e presidente da Câmara Municipal.

   Foi nomeado membro da Academia de Letras de Santa Catarina Seccional Penha Anísio dos Santos, assim como contemplado no ano de 2019 com o Troféu Açorianidade Ilha da Graciosa, cujo homenageia pesquisadores, pelo Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade de Santa Catarina de Florianópolis. Deixa-nos um legado a ser seguido, um caminho a ser percorrido para continuarmos acreditando que, quando valorizamos as pessoas, acreditamos em seus potenciais, podemos obter sucesso e realizações. Assim foi a sua vida no mar, na terra e no mundo da literatura, cheia de sucessos e realizações!

 

Este texto foi possível através da colaboração do Professor Eduardo Bajara SouzaSuperintendente da Fundação Cultural Picucho Santos de Penha e a AMARK, Associação Amigos da Arte e Cultura.

CONVITE – 6º Encontro da Rede Catarinense de Engenhos de Farinha

12/04/2024 14:35

Convite para o 6° Encontro da Rede Catarinense de Engenhos de Farinha de Mandioca: Registrando Patrimônio, Resistências e Inspirações, terá como local o Hotel SESC/Cacupé, no município de Florianópolis, nos dias 20 e 21 de Abril do ano de 2024. Reforçamos novamente a importância da presença de cada um nestes encontros!

Nesse evento nós poderemos conhecer mais sobre os Engenhos de Farinha de SC, e seguirmos juntos para a proposição de ações de Salvaguarda desse Patrimônio.

Engenho é Patrimônio!

Convite para o Encontro da Rede Catarinense de Engenhos de Farinha

Confira mais informações:

OS AÇORES EM FLORIANÓPOLIS

22/02/2024 10:02

 

         No dia 22 de fevereiro no ano de 1748 chegaram à terra, depois de uma viagem de 78 dias navegando pelos mares e oceanos, os primeiros 461 açorianos na Ilha de Santa Catarina. Assim, através de sua literatura, dos seus saberes e fazeres, e das suas manifestações artísticas, contribuíram para a formação da cultura local. Em função dessa contribuição, a Câmara de Vereadores de Florianópolis, em outubro de 2017, aprovou o projeto de lei municipal n.º 10.290/2017 que declarou o ano de 2018 “Ano dos Açores em Florianópolis”, reconhecendo sua presença e participação na formação cultural e social no Estado de Santa Catarina.


Boas festas!

18/12/2023 09:15

 

O Núcleo de Estudos Açorianos vem desejar um abençoado Natal, com muita alegria e amor e um próspero ano novo! Vamos celebrar a vida e renovar as esperanças. Desejamos que toda a alegria que o Natal e suas festas nos proporcionam encham seus corações de alegria e fé. E que possamos dividir este momento com quem mais amamos!

Biblioteca do NEA

13/12/2023 10:30

        Você conhece a biblioteca do NEA? Nosso acervo contempla livros de literatura açoriana, literatura infantil, poesia, historiografia, bem como catálogos de exposição, CDs, DVDs e entre outros.  Apesar do NEA não realizar empréstimos do seu acervo, disponibilizamos espaço para a consulta, pesquisa e leitura dos documentos. Outra forma de pesquisa de nossos documentos é por meio do link:  https://sisnea.sites.ufsc.br/ neste é possível a pesquisa via tema, autor ou títuloAproveite o espaço que oferecemos para estudar, pesquisar e ler!

        Venha nos visitar! 

 

BIBLIOTECA NEA

13/12/2023 10:00

Você conhece a biblioteca do NEA?

Nosso acervo contempla livros de literatura açoriana, literatura infantil, poesia, historiografia, bem como catálogos de exposição, CDs, DVDs e entre outros. 

 

Apesar do NEA não realizar empréstimos do seu acervo, disponibilizamos espaço para a consulta, pesquisa e leitura dos documentos. Outra forma de pesquisa de nossos documentos é por meio do link:  https://sisnea.sites.ufsc.br/ neste é possível a pesquisa via tema, autor ou título.

 

Aproveite o espaço que oferecemos para estudar, pesquisar e ler! Venha nos visitar! 

Mostra de cerâmica “Poesia das Mãos”

18/09/2023 16:34

 

Detalhe Exposição

A relação entre barro e fogo sempre demonstrou grande importância e utilidade para as sociedades humanas.
A queima do barro dá origem a cerâmica, que sendo um material com impermeabilidade e uma certa resistência foi usada na confecção de utensílios, decoração, brinquedos e na construção de casas.

A tradição ceramista em Santa Catarina e nas demais regiões das Américas é anterior à chegada de outros povos de origem europeia e oriental. Com a chegada dos portugueses, se usou da argila presente no território para a construção de casas, confecção de objetos e utensílios de usos diários. Esse saber fazer, as técnicas tradicionais dos oleiros e oleiras de Santa Catarina, estão, ainda, resistindo e devem ser conhecidos e divulgados como uma prática cultural de vários povos ancestrais. Oleiro é o indivíduo que trabalha na criação de vasilhas, e objetos, de barro. Souza e Philippi (2022) apresentam que com a chegada do alumínio e plástico, a demanda por oleiros diminuiu, contudo atualmente a arte voltou a ter maior visibilidade para a criação de panelas, jarros, vasos e demais artigos utilitários e de decoração.

Detalhe Exposição

O mestre Geraldo Germano aprendeu o ofício de oleiro com o José Francelino de Souza, na década de 1970, este também tendo aprendido de um oleiro tradicional. Newton Souza aprendeu a técnica com o mestre Geraldo.

Assim o ofício de oleiro é algo que se ensina e difunde de uma pessoa a outra. Em maio de 2005, durante a Festa do Divino Espírito Santo, em São José, os mestre Geraldo e Newton propuseram a utilização de um espaço na Avenida Beira-Mar de São José para a criação de cultura. Assim, foi criada em 2005 a Escola Olaria Beiramar São José, pelos mestres José Geraldo Germano e Newton Souza, para ser um local de difusão da arte ceramista tradicional.

Detalhe Exposição

As técnicas utilizadas na confecção dos objetos da exposição se baseiam nas mesmas utilizadas pelos povos originários que habitavam o Brasil. A Escola Olaria Beiramar São José faz uso do rolinho, acordelado e fiada. Antes da queima da peça, o processo consiste em fazer rolinhos de massa sobrepostos para confeccionar as paredes e, também, roletes em espiral para fazer o fundo. Para o acabamento, se utiliza de pequenas pedras lisas para brunir, deixando-as alisadas. No final a peça é queimada entre 800 °C e 1000 °C, com a temperatura subindo lentamente.

O NEA – Núcleo de Estudos Açorianos – NEA/SECARTE/UFSC convida os estudantes, professores, servidores e toda a comunidade a apreciar a exposição de cerâmica “Poesia das Mãos”, a partir do dia 19 de setembro até o dia 24 de novembro, de segundas à sextas (das 9h às 12h e das 13h30 às 17h), no prédio do NEA, localizado ao lado do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE). Contamos com a sua presença.

Convite

Expositores: Adriana Castanho – Albertina Santana – Ana Gonçalves – Ana Margarete Silva – Elisabete Regis – Eloisa Oliveira – Francisco Silva – Geraldo Germano – Joel Pereira – João Ribas – Kátia Martins – Mª Fátima Monguilhott – Marilda Silva – Marleide Canale – Michelle Monguilhott – Newton Souza – Roberto Alvarenga – Rose Schmitz.

Referência

SOUZA, Giana Schmitt de; PHILIPPI, Jane Maria de Souza. A Escola Olaria de Beiramar de São José e a trajetória dos seus Mestres José Geraldo Germano e Newton Souza. Florianópolis: Dois Por Quatro, 2022.